"Apesar de jovem,
Harro Schacht pode ser considerado um comandante experiente. Até chegar à sua
terceira patrulha pelo Atlântico Sul, já atacou 10 embarcações inimigas, provocando
o afundamento de nove delas. Por isso, a ordem que recebeu há alguns dias foi
encarada com naturalidade. Em 7 de agosto, o comandante das operações no
Atlântico, Karl Dönitz, enviou-lhe por rádio uma mensagem autorizando-o a usar
“manobras livres” ao longo da costa brasileira. Em outras palavras, diante da
escalada de hostilidades entre Brasil e Alemanha desde o rompimento das
relações diplomáticas, não há mais qualquer restrição a ataques a navios
brasileiros, tanto em alto-mar quanto em regiões próximas à costa.
Pouco mais de dois
anos antes, em 15 de maio de 1940, Dönitz realizou uma espécie de teste no
Atlântico, com apenas um submarino. O U-37, primeiro submersível a deixar a
costa da Noruega após a invasão do país, ordenada por Hitler em 1º de março, na
Operação Weserübung, foi enviado ao Atlântico para medir a vulnerabilidade da
esquadra britânica. Usando torpedos e armas de convés, em apenas duas semanas
conseguiu afundar 11 navios mercantes inimigos. O teste foi um sucesso. Além de
minar a confiança inglesa, a ação levantou o moral dos alemães. Radiante,
Dönitz mandou preparar duas flotilhas de submarinos para uma operação muito
maior e mais bem planejada.
O fato, somado ao
afundamento do couraçado alemão Bismarck, um gigante de 42 mil toneladas, no
ano anterior, no Estreito da Dinamarca, contribuiu para que os nazistas
decidissem mudar de estratégia, passando a apostar nos U-boots como sua
principal arma contra os comboios aliados. Agora, a Alemanha mantém um
verdadeiro arsenal submarino – e o Brasil também está na sua mira."
(TRECHO DO LIVRO "U-507")
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