quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ataque de tubarão

Longe das baleeiras, três soldados tentam chegar ao Arará. Dálvaro José de Oliveira e Carlos Salomão Bacarat nadam próximos e conversam, tentando animar-se. Mais atrás, sem que os dois possam vê-lo, Pedro Paulo Figueiredo Moreira – que ganhara a boia do tenente Alípio – procura alcançá-los.
– Fica tranquilo, Dálvaro. Sou bom nadador. Qualquer coisa, eu te ajudo – diz Bacarat.
Dois minutos depois, o soldado dá um urro repentino e desaparece nas águas, a um metro de Dálvaro, que, mesmo sem enxergar o que havia debaixo d’água, presume: tubarão. No momento em que desapareceu, desesperado, Bacarat ainda agarrou-se ao colete salva-vidas de Dálvaro, levando metade dele para o fundo do mar. “Deus do céu! Tô perdido!”, pensa o soldado sobrevivente, com os olhos esbugalhados de pavor.

(TRECHO DO LIVRO "U-507")

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